Michelli Freitas
Autismo e critérios
diagnósticos
Os critérios para o diagnóstico de autismo estão no Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), elaborado pela Associação
Americana de Psiquiatria.
O autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um atraso do neurodesenvolvimento que tem como características principais os déficits significativos na interação social, na linguagem e na comunicação.
No DSM-5, foi feita uma
classificação dos transtornos mentais.
Dentro dos transtornos
mentais, estão os transtornos do neurodesenvolvimento, em que se enquadra o
TEA, as deficiências intelectuais, os Transtornos de Comunicação, o Transtorno
do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), os Transtornos Específicos de
Aprendizagem, os Transtornos Motores, dentre outros.
Profissionais que podem
dar diagnóstico de autismo no Brasil
Uma dúvida de muitos pais,
e mesmo profissionais, quando falamos em diagnóstico de autismo, é sobre quem
pode dar o diagnóstico de TEA, de acordo com a legislação brasileira.
Legalmente, o diagnóstico
pode ser dado tanto pelo médico como pelo psicólogo, mas o mais recomendado é
que uma equipe multidisciplinar avalie o paciente, considerando suas
características e necessidades particulares, e forneça o diagnóstico.
Tanto do ponto de vista
terapêutico como do jurídico, um laudo mais abrangente e multidisciplinar é a
melhor alternativa para oferecer um diagnóstico mais preciso do TEA.
O ideal é que a equipe seja
composta por um neuropediatra ou psiquiatra infantil, um psicólogo especialista
em autismo, um analista do comportamento, um fonoaudiólogo, um terapeuta
ocupacional e um psicomotricista.
Cada profissional
envolvido poderá complementar o diagnóstico fornecido pelo médico e/ou
psicólogo, desde que esse diagnóstico se limite a sua área de atuação.
Um exemplo é o atraso na fala, uma característica comum no autismo, que, sendo
um transtorno da área de Fonoaudiologia, pode ser diagnosticado pelo
fonoaudiólogo a fim de complementar o diagnóstico do TEA.
Outro exemplo são as
questões sensoriais que afetam a criança autista. Da mesma forma, o terapeuta
ocupacional poderá complementar o diagnóstico do TEA, dentro da sua
competência.
Por que um laudo poderia
ser contestado?
Ainda que os psicólogos estejam habilitados a dar diagnósticos de
transtornos mentais desde 1962, muitas vezes o laudo do médico costuma ser
menos questionado do que o laudo do psicólogo.
Não é incomum nos
depararmos com uma situação em que, para que um diagnóstico de autismo seja aceito,
será solicitado, juntamente com o laudo do psicólogo, também o laudo do
médico.
No caso do laudo do
psicólogo, ele poderia ser contestado pelo fato desse profissional não pode
prescrever medicamentos, devendo isso ser feito exclusivamente pelos médicos.
Outro motivo que poderia
fazer um laudo ser contestado seria por ele trazer uma descrição incorreta, que
não pudesse ser aceita, ou seja, a descritiva considerada adequada para o
autismo poderia não ser a que estivesse no laudo.
Uma forma de evitar que os
laudos sejam contestados é realizar o diagnóstico pelo maior número de
profissionais possível, de diferentes áreas de atuação.
Importância da intervenção
precoce
A lei nº 12.764, de 27 de
dezembro de 2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da
Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, prevê que o diagnóstico de autismo
seja dado o mais rápido possível.
Recomenda-se que a partir
do diagnóstico a equipe trabalhe de forma interdisciplinar, tendo como base de
intervenção a Terapia ABA, que é o tratamento para o autismo mais eficaz e com
maior evidência científica.
Dessa forma, a pessoa com
sinais de TEA ou diagnosticada terá os seus direitos e as recomendações
terapêuticas atendidas de acordo com a legislação.
Contudo, muitas vezes, o
diagnóstico demora para ser concluído e o paciente passa muito tempo sem
receber algum tipo de intervenção.
É importante ficar claro
que, mesmo sem o diagnóstico estar fechado, o ideal é que o paciente comece a
receber as intervenções assim que os primeiros sinais do autismo forem identificados.
Afinal, cada dia que o
paciente passa sem receber uma intervenção é uma oportunidade a menos para ele
desenvolver-se.
E a intervenção precoce e
um processo de ensino intensivo é o melhor caminho para minimizar os sinais do
autismo e proporcionar ao paciente mais independência e autonomia e uma vida
mais saudável, garantindo, assim, que ele esteja em constante desenvolvimento.
PUBLICAÇÃO ORIGINAL:
Nenhum comentário:
Postar um comentário