Por Neurosaber Data de publicação02/09/2021
O autismo é uma condição do neurodesenvolvimento
que engloba certos padrões comportamentais: interesses restritos,
comportamentos repetitivos e dificuldades de interação social e comunicação.
Isso acontece pela presença de alterações
cognitivas em diferentes partes do cérebro da criança com autismo.
As pesquisas sobre o assunto vêm aumentando com o tempo, mas ainda não existe nenhum estudo que comprove a presença de um padrão que justifique esses comportamentos. Leia mais sobre o assunto abaixo!
O que
é cognição?
A cognição é a função responsável pelo nosso aprendizado.
A partir dela, processamos informações que irão contribuir para o
desenvolvimento de habilidades importantes para nossa autonomia, como por
exemplo: memória, percepção, atenção, linguagem, raciocínio e etc.
Esse processo é extremamente importante e complexo,
pois envolve muitas correlações entre nossa cognição e o progresso de nossa
autonomia.
Por isso, entender sobre isso é um prerrequisito
essencial para entendermos condições que envolvem transtornos de
neurodesenvolvimento, como o autismo.
O
cérebro autista
Nenhuma pesquisa descobriu uma estrutura cerebral
“característica” para o autismo, o que significa que nenhum padrão único de
mudanças aparece em cada pessoa com TEA.
Os estudos da estrutura do cérebro frequentemente
apresentam resultados diferentes – há uma grande variedade entre os indivíduos
em geral. Mas algumas tendências começaram a surgir para subconjuntos de
pessoas autistas.
Essas diferenças podem um dia fornecer alguns
insights sobre como funcionam os cérebros de algumas pessoas autistas. Eles
também podem indicar tratamentos personalizados para subtipos específicos de
autismo.
Alterações
Cognitvas no Autismo
O perfil cognitivo do indivíduo autista é marcado
pela presença de déficits em sua integração social, raciocínio abstrato,
tarefas que demandam habilidades de compreensão social e raciocínio verbal.
Sabemos que os autistas realizam,
preferencialmente, raciocínios muito mais repetitivos do que atividades que
exigem integração.
Deste modo, podemos concluir que o aprendizado da
criança com TEA ocorre de forma fragmentada. Ou seja, existe uma fixação por
uma parte específica da tarefa ou situação, e não pelo todo.
Uma das causas para isso pode ser as alterações que
ocorrem nas funções executivas no cérebro. Essas
alterações podem resultar em dificuldades de aprendizagem e planejamento da
criança.
Entender e identificar os padrões entre as
alterações cognitivas no autismo pode nos ajudar a estabelecer um processo de
diagnóstico mais uniformizado e, consequentemente, ampliar a pesquisa sobre
terapias e medicamentos.
Sintomas
Os sintomas do TEA podem variar muito de pessoa
para pessoa, dependendo da gravidade do transtorno. Os sintomas podem até mesmo
passar despercebidos em crianças pequenas com autismo leve ou condições com
menores prejuízos cognitivos.
O transtorno do espectro autista é diagnosticado
por médicos com base em sintomas, sinais e testes de acordo com o DSM-V, um
guia criado pela American Psychiatric Association usado para diagnosticar
transtornos mentais.
As crianças devem ser examinadas quanto a atrasos
no desenvolvimento durante os exames periódicos e, especificamente, quanto ao
autismo nas consultas de 18 e 24 meses.
Os
primeiros indicadores que requerem avaliação por um especialista são:
·
ausência de balbucio durante o primeiro ano;
·
ausência de palavras aos 16 meses ou frases de duas
palavras aos 2 anos;
·
nenhuma reação quando chamado pelo nome;
·
perda de linguagem ou habilidades sociais
previamente adquiridas;
·
falta de contato visua;
·
interesse excessivo em brinquedos ou objetos;
·
ausência de sorriso ou receptividade social.
Os
indicadores posteriores incluem:
·
capacidade prejudicada de fazer amizade com
colegas;
·
ausência ou comprometimento do jogo imaginativo e
social;
·
uso repetitivo ou incomum da linguagem;
·
interesses excessivamente intensos em assuntos
específicos;
·
adesão inflexível a novas rotinas ou rituais
específicos.
Os
sintomas do autismo mudam com o tempo?
Na maioria das vezes, conforme a criança cresce e
realiza o tratamento comportamental, os sintomas diminuem
significativamente.
Durante a adolescência, algumas crianças com TEA
podem ficar deprimidas ou ter problemas comportamentais, e seu tratamento pode
precisar de algumas modificações durante a transição para a idade adulta.
Pessoas com TEA geralmente continuam a precisar de
serviços e suporte à medida que envelhecem, mas dependendo da gravidade do
transtorno, as pessoas com autismo podem ser capazes de trabalhar e viver de
forma independente ou em um ambiente de suporte.
Como
o autismo é tratado?
Não há cura para o autismo. As terapias e
intervenções têm como objetivo atenuar sintomas específicos e melhorarem a
qualidade de vida do paciente e de sua família.
O plano de tratamento ideal coordena terapias e
intervenções que atendem às necessidades específicas do indivíduo. A maioria
dos profissionais de saúde concorda que quanto mais precoce for a intervenção,
melhor.
Portanto, podemos concluir que as alterações
cognitivas no cérebro autista podem variar de acordo com o grau e intensidade
do TEA, e por se tratar de um Transtorno com diversas formas de manifestações,
ainda não foi possível identificar um padrão que esteja presente em todos os
indivíduos com autismo.
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com TEA? Que tal assistir a esse vídeo do Dr. Clay Brites sobre o assunto?
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DW.COM. n.d. The brain of an autistic person
simply works differently | DW | 02.04.2021. [online] Disponível em:
<https://www.dw.com/en/the-brain-of-an-autistic-person-simply-works-differently/a-57072777>
[Acesso em 27 Agosto 2021].
Ninds.nih.gov. n.d. Autism
Spectrum Disorder Fact Sheet | National Institute of Neurological Disorders and
Stroke. [online] Disponível em:
<https://www.ninds.nih.gov/Disorders/Patient-Caregiver-Education/Fact-Sheets/Autism-Spectrum-Disorder-Fact-Sheet>
[Acesso em 27 Agosto 2021].
Siteantigo.portaleducacao.com.br. n.d. Portal Educação – Artigo. [online] Disponível em:
<https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/medicina/aspectos-cognitivos-do-autismo/17048>
[Acesso em 27 Agosto 2021].
POSTAGEM ORIGINAL:
https://institutoneurosaber.com.br/alteracoes-cognitivas-no-autismo/
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