Por Neurosaber
Data de publicação 17/06/2021
O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento,
cujas principais características são dificuldades na interação social e linguagem.
O autismo de alto funcionamento é um termo usado para as pessoas no espectro
que, mesmo com prejuízos nessas áreas, apresentam grandes habilidades em
outras.
Os critérios diagnósticos para o Transtorno do Espectro Autista (TEA) listados no Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais — DSM-V — incluem déficit na comunicação social e interação social, padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades.
Os sintomas do autismo estão presentes desde quando
a criança ainda é um bebê, sendo que o nível de gravidade varia muito no
espectro. O autismo de alto funcionamento, portanto, é uma condição englobada
no TEA, ainda que esse termo não seja formal. Saiba mais, neste artigo.
Autismo
de Alto Funcionamento
O autismo de alto funcionamento apresenta algumas
características comuns no TEA como dificuldades na interação social e
comunicação, pouco contato visual, comportamentos repetitivos e restritivos,
além de dificuldades na aprendizagem.
No entanto, as crianças com autismo de alto
funcionamento podem apresentar altas habilidades relacionadas à organização e
gestão, mesmo que tenham dificuldades nas habilidades sociais e de comunicação.
Pode acontecer que algumas habilidades relacionadas
ao autocuidado e importantes no cotidiano sejam comprometidas no autismo de
alto funcionamento. O que não impede que as crianças com esse diagnóstico
tenham grandes habilidades mesmo com dificuldades para se comunicar.
A criança com autismo de alto funcionamento pode
ter prejuízos cognitivos, linguísticos, dificuldades na aprendizagem,
coordenação motora e outras alterações. Isso porque o autismo de alto
funcionamento é considerado no nível moderado ou severo do espectro, mesmo com
a presença de grandes habilidades em outras áreas.
É importante considerar as características de cada
criança, pois as dificuldades de comunicação podem se manifestar de diferentes
formas, como atraso na fala ou dificuldade de se expressar, ainda que seja
capaz de compreender o outro.
Autismo
de alto funcionamento e síndrome de Asperger
O Transtorno do Espectro Autista englobou outros
transtornos do neurodesenvolvimento, como a síndrome de Asperger. Hoje, o
autismo é classificado de acordo com a gravidade dos sintomas e pode vir
acompanhado de outras deficiências.
A síndrome de Asperger têm sintomas semelhantes ao
autismo, mas sem atrasos na linguagem, no desenvolvimento cognitivo e nas
habilidades de autocuidado, na maioria dos casos.
Os sintomas da síndrome de Asperger são mais leves
e causam menos prejuízos na vida diária. Na classificação de hoje, o termo
correto para esse diagnóstico é autismo leve.
É muito comum que o Autismo de Alto Funcionamento
seja confundido com a síndrome de Asperger. No entanto, são condições
distintas, uma vez que as pessoas que foram diagnosticadas com Asperger, se
encontram no nível leve do espectro do autismo.
Já o autismo de alto funcionamento é considerado um
autismo moderado ou severo, com comprometimento na linguagem, na fala e
alterações cognitivas significativas. É comum que as pessoas com autismo de
alto funcionamento tenham deficiência intelectual em comorbidade.
No autismo leve, por mais que existam dificuldades
na interação social e comportamentos restritos, os comprometimentos são menores
que no autismo de Alto Funcionamento. Portanto, o tratamento e as intervenções
são diferentes para cada caso.
Podemos dizer que a síndrome de Asperger é a forma
mais leve do espectro, uma vez que não apresenta atrasos ou prejuízos
significativos. As crianças com Asperger se desenvolvem e aprendem sem grandes
dificuldades, o que, muitas vezes, atrasa o diagnóstico.
Isso acontece porque as habilidades das crianças em
contraste com dificuldades e características peculiares comuns do autismo,
confundem os pais e especialistas.
Autismo
de alto funcionamento e autismo leve
O autismo de alto funcionamento tem como
características comprometimentos da linguagem e fala, alterações cognitivas, o
que caracteriza um autismo moderado ou severo. No autismo leve os
comprometimentos são menores, mesmo com dificuldades na interação e comportamentos
restritos.
É importante compreender essas diferenças, pois as
crianças com autismo de alto funcionamento podem não ter a mesma autonomia das
crianças com autismo leve, tanto em casa como na escola.
Mesmo que apresentem habilidades excepcionais em
algumas áreas, é preciso considerar os prejuízos cognitivos, sociais e
linguísticos no planejamento das intervenções pedagógicas e tratamentos no
autismo.
Se restou alguma dúvida sobre o autismo de alto
funcionamento, deixe nos comentários.
Referências:
ASSUMPCAO, Francisco Baptista e BERNAL,
Marília Penna. Qualidade de vida e autismo de alto funcionamento: percepção da
criança, família e educador. Bol. – Acad. Paul.
Psicol. [online]. 2018, vol.38, n.94 [citado 2021-06-16],
pp. 99-110 .
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