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terça-feira, 15 de novembro de 2022

COMO ENTENDER O AUTISMO REGRESSIVO?


COMO ENTENDER O AUTISMO REGRESSIVO

Como entender o autismo regressivo? Vamos entender o que é o autismo regressivo e compreender de que forma essa condição se apresenta.

O autismo possui 3 formas de se apresentar

Primeiramente, a criança que nasce com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresenta os sinais e sintomas típicos ainda nos primeiros meses de vida. Nesse tipo de caso, o autismo é conhecido como autismo precoce.

Na segunda forma, as crianças podem apresentar atrasos no desenvolvimento ao longo do tempo, como dificuldades para falar ou para andar. Além disso, os pais ou responsáveis percebem que, ao longo do tempo, seus filhos não apresentam interação e comunicação social adequadas, que são sinais típicos do autismo.

A última forma de apresentação é o autismo regressivo.

ENTENDENDO O AUTISMO REGRESSIVO

Dados mostram que 70% das crianças autistas apresentam as características típicas do autismo desde cedo. Em contrapartida, 30% das crianças passam a apresentar sinais de autismo, em média, depois de 18 a 24 meses de vida.

O autismo regressivo pode ser observado depois de algum tempo de vida. Inicialmente a criança não apresenta nenhum tipo de sinal atípico, mas ao longo do desenvolvimento ela passa a sofrer regressões de habilidades: ela passa a apresentar prejuízos em habilidades que já havia adquirido.

Dessa forma, com o acometimento do autismo regressivo, as habilidades que a criança tinha adquirido anteriormente são afetadas ou perdidas, como:

– Prejuízo nas aptidões de linguagem social, verbal e não-verbal;

– Perda do interesse em iniciar interações sociais e/ou dar retorno;

– Presença de comportamentos atípicos, incomuns e repetitivos.

Ou seja, a criança tinha habilidades consolidadas e, com a regressão, acaba perdendo-as.

Como entender o autismo regressivo?

OS PRINCIPAIS SINAIS DE TEA EM UMA CRIANÇA:

– Evita ou não gosta de contato visual;

– Não responde quando é chamada pelo nome ou só responde quando quer (inicialmente pode existir a suspeita de surdez);

– Não aponta para objetos ou coisas de interesse, ou não demonstra interesse por coisas que geralmente crianças da mesma idade se interessam;

– Normalmente quer ficar sozinha e evita o contato social;

– Não consegue entender ou perceber os sentimentos de outras pessoas, além de não conseguir identificar e descrever seus próprios sentimentos;

– Apresenta ecolalia, que é a tendência de repetir várias vezes palavras e frases ditas por outras pessoas;

– Tende a dar respostas sem sentido, não relacionadas às perguntas feitas a elas;

– Possui interesses obsessivos por algo em específico, podendo ser um objeto, um animal, entre outras coisas;

– Adora realizar movimentos repetidos sem contexto, como bater as mãos, girar em círculos e balançar o corpo;

– Fica chateada ou estressada com pequenas mudanças nas atividades diárias;

– Possui nenhuma ou níveis muito baixos de habilidades sociais;

– Pode apresentar reações incomuns, como hipersensibilidade ao som, cheiro, sabor, aparência e sensação de várias coisas;

– Tende a ter déficits na linguagem, e, em algumas situações, acaba invertendo o uso de pronomes, como usar “você” ao invés de “eu”;

– Não suporta ou evita contato físico;

– Demonstra pouca atenção à segurança e desconhece os perigos ao seu redor.

 

O QUE PODE CONTRIBUIR PARA A REGRESSÃO AUTÍSTICA?

Em 20 a 25% dos casos, o autismo regressivo apresenta algum fator responsável por seu acometimento. Dentre essas causas, podem ser mencionadas as regressões associadas a crises epiléticas, crises convulsivas e crises de ausência. Outros fatores que podem estar relacionados são episódios recorrentes de alergias e fatores genéticos.

O AUTISMO REGRESSIVO É MAIS GRAVE?

Em sua maioria, os pequenos com autismo regressivo apresentam o TEA com maior grau de severidade, com comprometimento intelectual mais acentuado e maiores complicações na linguagem.

O QUE FAZER PARA TRATAR O AUTISMO REGRESSIVO?

Os infantes que possuem cerca de 1 ano e 3 meses a 2 anos e meio de idade, e iniciam os sinais de regressão autística, devem ser encaminhados o mais rápido possível aos profissionais indicados para realizarem intervenções comportamentais e desenvolvimentais.

Além disso, é importante executar uma investigação com o neuropediatra, pois, se for possível descobrir a causa desse autismo, existe a alternativa de iniciar algum tipo de tratamento para frear a regressão. Nesse contexto, ao tratar as causas, o intuito é impedir ou diminuir o grau de severidade do autismo.

O autismo regressivo e outros tipos de TEA comumente apresentam um caminho cheio de desafios para os pais e responsáveis. Contudo, empenhando-se no tratamento desde cedo com as estratégias corretas, respeitando as singularidades da criança com autismo e fazendo uso de muita determinação, as dificuldades encontradas no meio do percurso podem ser percebidas e vencidas.

Portanto, visto que já existem tratamentos e estratégias eficazes para diminuir os prejuízos causados pelo autismo, juntamente com os avanços científicos, a tendência é que as dificuldades e os obstáculos diminuam.

 REFERÊNCIAS

MAGALHÃES, Cynthia Mazzoni. Comorbidades em escolares com Transtorno do Espectro Autista (TEA). 2019. 63 f. Dissertação (Distúrbios do Desenvolvimento) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo. 2019. Disponível em: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/27928. Acesso em: 16 jul. 2022.

Regressive Autism – Why It Occurs. Autism Parenting Magazine, 2022. Disponível em: https://www.autismparentingmagazine.com/what-is-regressive-autism/. Acesso em: 16 jul. 2022.





PUBLICAÇÃO ORIGINAL: 

https://institutoneurosaber.com.br/como-entender-o-autismo-regressivo/

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